Pesquisadores da Noruega descobriram que pessoas que apresentam aquilo que é descrito clinicamente como “transtorno de ansiedade com a saúde” têm chances duas vezes maiores de sofrer um ataque cardíaco ou dores agudas no peito do que as pessoas que não se preocupam com sua condição física.
Os autores do estudo analisaram dados de saúde de mais de 7.000 participantes do Estudo de Saúde Norueguês Hordaland, um estudo de longo prazo realizado pelo Serviço Nacional de Exames Clínicos e a Universidade de Bergen. Os cientistas examinaram o status de saúde dos participantes ao longo de 13 anos e avaliaram seus níveis de ansiedade com a saúde. Durante esse período os...
[Leia mais]Pesquisadores da Noruega descobriram que pessoas que apresentam aquilo que é descrito clinicamente como “transtorno de ansiedade com a saúde” têm chances duas vezes maiores de sofrer um ataque cardíaco ou dores agudas no peito do que as pessoas que não se preocupam com sua condição física.
Os autores do estudo analisaram dados de saúde de mais de 7.000 participantes do Estudo de Saúde Norueguês Hordaland, um estudo de longo prazo realizado pelo Serviço Nacional de Exames Clínicos e a Universidade de Bergen. Os cientistas examinaram o status de saúde dos participantes ao longo de 13 anos e avaliaram seus níveis de ansiedade com a saúde. Durante esse período os participantes também passaram por um checape físico, com medições de altura, peso, pressão sanguínea e exames de sangue.
Depois de levar em conta fatores de risco conhecidos (como a pressão sanguínea, por exemplo), os pesquisadores concluíram que os participantes com altos níveis de ansiedade com a saúde corriam risco 70% maior de apresentar doenças cardíacas. É evidente que há algumas ressalvas em relação à pesquisa. Os resultados do estudo não explicam causa e efeito, ou seja, não há nenhum insight sobre a razão por que ser hipocondríaco está associado a uma chance maior de desenvolver um problema cardíaco grave. E, como aponta o Science of Us, a amostra da população escolhida para o estudo não é totalmente representativa de diferentes etnias, estilos de vida ou históricos familiares, fatores esses que possivelmente exerçam influência maior sobre o risco de doença cardíaca.
A pesquisa destaca os efeitos potencialmente negativos e profundos da ansiedade sobre o corpo. Ao mesmo tempo em que os pesquisadores recearam que pacientes pudessem interpretar incorretamente seus sintomas de ansiedade como sendo sinais de doença cardíaca, eles notaram que os componentes fisiológicos da ansiedade podem exercer efeito cumulativo sobre os riscos cardíacos. O cortisol, o hormônio liberado quando uma pessoa passa por ansiedade grave, já foi ligado a problemas do sono, ganho de peso e deficiência de memória. As conclusões do estudo trazem mais evidências ainda de que a saúde física e a saúde mental estejam completamente interligadas.
Se a preocupação estiver atrapalhando seu dia a dia, pode ser útil buscar a ajuda de um profissional de saúde mental ou até mesmo tentar uma terapia online. A ansiedade com a saúde pode ser administrável quando a pessoa conta com o apoio correto, usando técnicas como a terapia comportamental cognitiva. O importante é enfrentar a ansiedade diretamente.
E evite a todo custo recorrer ao “Dr.” Google. É provável que isso apenas agrave seus problemas.