Com o objetivo de uma ação anti-inflamatória e antioxidante, um atleta passa a realizar suplementação com óleo de peixe. Alguns meses depois, em uma consulta de rotina, é detectada uma elevação nos índices de colesterol LDL.
As gorduras poliinsaturadas em nossa dieta são compostas de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, ambos recomendados pela American Heart Association para a boa saúde cardíaca. Gorduras poliinsaturadas de cadeia longa são fornecidas pela nossa alimentação, mas também podem ser sintetizadas em nosso corpo, começando pelo precursor ácido graxo essencial, o ácido linoleico (LA, ômega-6) e alfa-linolênico (ALA, ômega-3).
Tanto o ômega-3 como o...
[Leia mais]Com o objetivo de uma ação anti-inflamatória e antioxidante, um atleta passa a realizar suplementação com óleo de peixe. Alguns meses depois, em uma consulta de rotina, é detectada uma elevação nos índices de colesterol LDL.
As gorduras poliinsaturadas em nossa dieta são compostas de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, ambos recomendados pela American Heart Association para a boa saúde cardíaca. Gorduras poliinsaturadas de cadeia longa são fornecidas pela nossa alimentação, mas também podem ser sintetizadas em nosso corpo, começando pelo precursor ácido graxo essencial, o ácido linoleico (LA, ômega-6) e alfa-linolênico (ALA, ômega-3).
Tanto o ômega-3 como o ômega-6 são processados no corpo pelo mesmo complexo enzimático. As principais fontes de ácidos graxos ômega-3 incluem alimentos como linhaça e nozes, assim como óleos de peixes e peixes como o salmão. Alimentos processados frequentemente contêm níveis altos de ômega-6, enquanto fontes saudáveis de ômega-6 incluem óleo de prímula e de borragem, assim como azeitonas, sementes oleaginosas e aves.
Historicamente, a proporção de ômega-6 para ômega-3 na alimentação era mantida próxima do que se considera saudável, 1:1, enquanto a alimentação atual do Ocidente é estimada de ser cerca de 15:1. Estudos de associação genômica recentes, incluindo mais de 10.000 pessoas, revelaram que indivíduos com uma variante no gene FADS1, que codifica uma das enzimas envolvidas no processamento de gorduras ômega-3 e ômega-6, tinham níveis "diminuídos" de ácido araquinodônico (AA), uma gordura ômega-6 de cadeia longa, assim como o ácido eicosapentaenoico (EPA), uma gordura ômega-3 de cadeia longa. Por outro lado, indivíduos sem a presença da variante apresentaram níveis "típicos" dessas gorduras ômega-3 e ômega-6.
Já que tanto o AA quanto o EPA são precursores de metabólitos muito importantes para o organismo, indivíduos com o resultado "diminuído" devem aumentar seu consumo alimentar de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6. Entretanto, considerando a atual relação inadequada de ômega-6 para ômega-3, é recomendado que as pessoas monitorem o seu consumo de ômega-6 de alimentos processados, enquanto aumentem o seu consumo de ômega-3.
No caso das pessoas que possuem os níveis normais desses ácidos graxos no organismo, se realizarem a suplementação com óleo de peixe, ou diretamente com ômega-3, o que é bem comum atualmente, pode ocorrer um aumento dos níveis de colesterol LDL, o que pode acarretar em um desequilíbrio metabólico. Para essas pessoas, uma dieta saudável e equilibrada acompanhada por um bom profissional pode ser o suficiente para manter os níveis desse nutriente em equilíbrio.
» É sempre importante consultar um médico.
Créditos: Conteúdo publicado no site Globo Esporte.com, com informações da Doutora em Biologia Celular Lia Kubelka de Carlos Back.